quarta-feira, 3 de março de 2010

Texto Argumentativo sobre o Casamento


Caro Nicolo

Chegou-me a notícia de que você e Maria Lúcia estão em vias de separação. Isso me entristeceu deveras, já que vocês sempre foram considerados o casal exemplar. Lembra-se daquela época quando brincávamos, dizendo que vocês eram "mais" perfeitos que Tarcísio Meira e Glória Meneses, o casal modelo da televisão brasileira? Pois é. E agora me vem essa informação estapafúrdia de que a perfeição é imperfeita. Fiquei chocado, mas ainda tenho a esperança de que não passa de uma crise superável. Por isso peguei da caneta para escrever-lhes minhas considerações sobre o assunto e tentar ajudá-los a superar isso. Como amigo de infância e mais velho que você - portanto mais experiente - acho que tenho esse direito, não é mesmo? E também porque, conforme você sabe muito bem, minha tese sempre foi a de que casamento é dedicação e sacrifício. Isso que quero evidenciar a vocês nestas linhas.

Quando vocês se uniram, não apenas formaram um casal, mas sim se tornaram um casal, o que significa que a individualidade de cada um não foi extinta. Cada um de vocês traz uma bagagem de história pessoal e familiar muito forte, e isso não pode ser jamais desprezado. Em alguma crise conjugal, cada um deve ter isso em mente, para entender os pontos de vista do outro e, assim, relevar pequenos deslizes e perdoá-los. Perdoar não significa esquecer completamente o problema, mas sim renunciar à punição e deixar de considerar essenciais os erros. O mais importante está na harmonia do casal e do próprio ser. Quem consegue agir dessa maneira desenvolve, certamente, suas inteligências interpessoal e intrapessoal.

O segundo aspecto que quero frisar é o da honra, esse princípio ético que leva alguém a ter uma conduta proba, virtuosa, corajosa, e que lhe permite gozar de bom conceito junto à sociedade. Muito bem. Não quero entrar em detalhes de caráter religioso, mas quero lembrar-lhes que prometeram perante a comunidade e perante seu líder religioso ficar juntos "até que a morte os separe". Foi uma promessa solene. Uma pessoa honrada cumpre suas promessas e não se deixa abater por seus problemas, e sim os resolve conforme surgirem, por mais graves que sejam.

Vocês são extremamente inteligentes e têm aquelas duas inteligências – intrapessoal e interpessoal - bem desenvolvidas, eu o sei. Devem, portanto, renunciar à punição que estão infligindo a si mesmos e enfrentar a situação com dignidade, já que são pessoas honradas. Devem, portanto, tentar, até a última esperança, manter o casamento. E não podem deixar que essa última esperança se esgote. "Aparem as arestas", como dizem alguns, e não esgotem os recursos para permanecerem juntos, afinal casamento é dedicação e sacrifício. Espero que essas poucas palavras produzam o efeito desejado: a conscientização de que vocês são unos, de que o casal que se tornaram não deve e não pode ser desfeito e de que são capazes de solucionar as desavenças e transformá-las em aprendizagem.

Abraços fraternos de seu amigo.

Noslid Takannory


Texto retirado do site:
http://www.estudeonline.net/revisao_detalhe.aspx?cod=243&titulo=Carta%20argumentativa